Fonte: CNN

A morte de um bebê indígena de um ano e a internação hospitalar de mais quatro crianças de sua família, todas com menos de seis anos de idade e confirmadas para a Covid-19, deixaram o povo guarani em luto, na terra indígena Tenondé Porã, em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo.

O caso ocorreu, no dia 24 de março, mas foi necessário um mês e 13 dias para os pais receberem o resultado do teste do bebê como positivo para o novo coronavírus. O povo guarani contabiliza, pelo menos, 21 indígenas confirmados para a doença nas duas aldeias da capital paulista e denuncia que há poucos testes rápidos disponíveis para conseguirem ter uma ideia real do número de infectados.

“Muita preocupação e medo. Estava fazendo remédio para minha sobrinha de 14 anos que deu positivo do Covid-19. As pessoas precisam saber que precisam lutar por esses que lutam há mais de 500 anos pela vida de todos”, diz a liderança indígena Jera Guarani, 38 anos, em entrevista à CNN. Ela tem mais duas sobrinhas que foram infectadas pela doença.

A população de cerca de dois mil indígenas de Tenondé Porã, no momento, possui 19 confirmados para a doença e quatro casos suspeitos em análise. Os centros de culturas da aldeia foram isolados e transformados em 35 leitos para atender os 11 doentes no momento. Os casos mais graves são encaminhados para o Hospital Geral de Pedreira, a 35 km dali.