A Comissão Pró-Índio de São Paulo vem a público externar sua solidariedade ao povo indígena Wajãpi diante da invasão e agressão de garimpeiros que resultou na morte da liderança Emyra Wajãpi.

Foto: Mário Vilela/FUNAI

No mesmo dia (27/07) em que Bolsonaro, mais uma vez, criticou as terras reservadas para comunidades indígenas e defendeu a exploração de minérios nessas áreas, o Brasil recebe a trágica notícia da morte de uma liderança do povo indígena Wajãpi em conflito com garimpeiros. O território Wajãpi está localizado no Amapá, nos municípios Laranjal do Jari, Mazagão e Pedra Branca do Amapari.

O Conselho das Aldeias Wajãpi (Apina) divulgou nota onde esclarece que, no dia 22/07, o chefe Emyra Wajãpi foi morto de forma violenta na região da sua aldeia Waseity. Segundo a nota, “nos dias seguintes, parentes examinaram o local e encontraram rastros e outros sinais de que a morte foi causada por pessoas não-indígenas, de fora da Terra Indígena”.

A organização indígena informou ainda que no dia 26/07, os Wajãpi da aldeia Yvytotõ, que fica na mesma região, encontraram um grupo de não-índios armados nos arredores da aldeia. À noite, os invasores entraram na aldeia, e se instalaram em uma das casas, ameaçando os moradores. No dia seguinte, os moradores do Yvytotõ fugiram com medo para outra aldeia na mesma região (aldeia Mariry).

O jornal Folha de São Paulo, noticiou acesso a documento interno da Funai que concluiu “que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto” e recomendou que a presidência da Funai busque o apoio da Polícia Federal e do Exército.

O Ministério Público Federal informou que instaurou “procedimentos para apurar as circunstâncias da morte de um indígena e a invasão de garimpeiros na Terra Indígena Wajãpi, no Amapá”. Segundo o jornal O Valor, o assassinato da liderança será investigado por um gabinete de gerenciamento de crise composto pelo Ministério Público do Amapá, Polícia Federal, a Secretaria Estadual de Justiça e da Segurança Pública, o Exército e a Funai.

Além de manifestar incondicional solidariedade ao Povo Wajãpi, a Comissão Pró-Índio de São Paulo demanda que o Estado brasileiro investigue o brutal assassinato da liderança Emyra Wajãpi e garanta a segurança do Povo Wajãpi em suas terras.

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