Fonte: Estado de Minas
Tudo começou com a pandemia de covid-19. Com o isolamento social, a maior parte da produção agrícola de 16 comunidades quilombolas do Vale do Ribeira corria o risco de estragar.
“Com a quarentena, as escolas fecharam e as cidades deixaram de comprar os produtos. Eles ficam acumulados, e a gente iria perder tudo”, explica Rosana de Almeida, diretora financeira da Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira (Cooperquivale).
Foi então que surgiu a ideia de comprar os alimentos e doá-los a comunidades pobres do Estado atingidas pela covid-19.
A primeira leva abasteceu aldeias indígenas e vilas pobres do Vale do Ribeira, além do bairro do Capão Redondo, zona sul paulistana, onde 150 famílias receberam cestas com os produtos.
Já no último dia 20, cerca de 10 toneladas de alimentos chegaram à Vila Brasilândia, uma das maiores comunidades da capital. Até aquele dia, 20 de junho, o bairro havia registrado 277 mortes por covid-19, o segundo pior número entre os 96 distritos de São Paulo, perdendo apenas para Sapopemba (com 300 óbitos).
Ao todo, 930 famílias da Brasilândia receberam uma cesta de 10 quilos cada. Havia verduras, legumes, frutas e doces tradicionais.
Para Rosana de Almeida, moradora do quilombo Nhunguara, a doação uniu duas demandas. “Foi ótimo porque, além de vender nossa produção, os alimentos foram entregues a famílias que precisam”, diz, por telefone.
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