Fonte: O Eco

“Os desastres de Mariana e de Brumadinho despertaram a sociedade para os riscos das barragens de mineração na Amazônia. No interior do Pará, comunidades quilombolas e ribeirinhas entenderam o perigo a que estão submetidas diante das 26 barragens da maior produtora de bauxita do Brasil, a Mineração Rio do Norte (MRN)”. É com essa fala que a jornalista Cristina Serra abre o lançamento do livro ‘Barragens de Mineração na Amazônia: o rejeito e seus riscos associados em Oriximiná’, de autoria do pesquisador Luiz Jardim Wanderley com realização da Comissão Pró-Índio São Paulo. O evento ocorreu na semana passada (01), com a duração de 1 hora, pelo canal do YouTube da Comissão.

Em seu livro, Luiz analisa os diversos aspectos da gestão de rejeitos da MRN. Ele lembra, inclusive, do período anterior às barragens, quando a empresa depositava os rejeitos diretamente no lago Barata, ação que durou 10 anos; foram 24 milhões de toneladas de sólidos despejados no lago e que permanecem na natureza até hoje, quase duas vezes o volume da barragem B1 em Brumadinho.

O estudo aponta também o elevado grau de incertezas em jogo na gestão das estruturas da mineradora. Assim, por exemplo, discute as consequências da reclassificação recente das barragens em Oriximiná de alteamento “a montante” para “linha de centro”, mudança que permite que a mineradora não seja obrigada a descomissionar as suas barragens, uma vez que a legislação estabelece essa exigência apenas para barragens de alteamento a montante.

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O livro onde se encontra a pesquisa minuciosa dessas barragens é um lançamento da Comissão Pró-Índio São Paulo, organização que atua em parceria com comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas para buscar e garantir a efetivação de seus direitos.