Fonte: Mongabay

A Mineração Rio do Norte (MRN), a maior produtora de bauxita do Brasil, começou a minerar um novo platô na região amazônica em 2019, mas não consultou quatro comunidades ribeirinhas estabelecidas nas proximidades.

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A Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP) publicou uma análise desse licenciamento ambiental, e apontou falhas graves no EIA, como a afirmação de que “na área do empreendimento não existem comunidades, sejam elas tradicionais ou não”, ou a de que os locais de lavra mineral são “desprovidos de qualquer ocupação humana”.

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As tratativas entre a MRN e as comunidades foram suspensas durante o período mais crítico da pandemia de covid-19. Já a mineração, considerada atividade essencial pelo governo de Jair Bolsonaro, seguiu em ritmo acelerado. Imagens de satélite divulgadas pelas CPI-SP mostram que, entre maio de 2020 e outubro de 2021, o platô de 345 hectares foi inteiramente desmatado.

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De acordo com Lúcia Andrade, coordenadora executiva da CPI-SP, “é importante ressaltar que estudos capazes de avaliar os impactos cumulativos e sinérgicos ao longo de 40 anos de atividade minerária, em Oriximiná, são necessários e, até o presente, ausentes. Estudos dessa natureza contribuiriam para que pudéssemos compreender a real magnitude gerada pelos impactos da mineração sobre as comunidades locais e o meio ambiente.”