Os índios reivindicam a revogação da exoneração do coordenador técnico regional do litoral sudeste da Funai
Foto: Divulgação/Veja SP
Lideranças Tupi-Guarani e Guarani ocupam a sede da Funai, em Itanhaém (SP), desde o dia 25 de novembro e reivindicam a imediata revogação da exoneração do coordenador técnico regional do litoral sudeste do órgão, Cristiano Hutter, na função há mais de 19 anos. Hutter será substituído por um militar que desconhece a realidade dos povos da região. Os índios também exigem participar da gestão da regional e protestam contra a paralisação dos atendimentos das Terras Indígenas em processo de demarcação.
“O presidente da Funai nomeou um militar que não conhece a realidade e que nunca teve experiência com as comunidades indígenas. Huther atuou com elas por mais de 19 anos”, diz Verá Danilo, cacique da TI Itaóca, localizada no município de Mongaguá. Ainda segundo Verá, nenhuma liderança indígena foi consultada antes de a Funai sacramentar a troca na coordenação regional.
A Comissão Guarani Yvyrupa também repudiou em nota a exoneração: “Desde que o Governo Bolsonaro iniciou, nossos direitos estão constantemente ameaçados, tanto é que no lugar de Cristiano foi indicado um militar para assumir a regional da FUNAI, como foi feito no tempo do SPI – Serviço de Proteção aos índios, que deixou de existir dando lugar a FUNAI em 1967 com a promessa de ser uma instituição mais democrática e trabalhar para garantir e proteger nossos direitos. O que vemos no governo Bolsonaro é o contrário, é o desmonte de nossos direitos, a criminalização e afastamento de servidores experientes e um ataque constante as nossas lideranças e organizações representativas, além da não demarcação de nossas terras reivindicadas. Repudiamos este retrocesso e não vamos aceitá-lo! Apoiamos a permanência de Cristiano Hutter frente a regional do litoral sudeste da FUNAI em São Paulo e não aceitaremos qualquer nomeação, por motivação político partidária, que venha ferir os nossos direitos garantidos pela constituição. Seguimos em luta! Aguyjevete”