Atividade promovida pela Comissão Pró-Índio reuniu moradores de sete aldeias da Terra Indígena.

Segunda oficina ciclo de formação PGTA
Foto: Divulgação/CPI-SP

Na última quarta-feira (5), a aldeia Tapirema sediou mais uma oficina do ciclo de formação sobre o Plano de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PGTA), promovido pela Comissão Pró-Índio de São Paulo na Terra Indígena Piaçaguera, localizada em Peruíbe, litoral sul de São Paulo.

Estiveram presentes representantes de 7 das 12 aldeias da TI Piaçaguera. A idade das 18 mulheres e homens participantes variava entre 12 e 73 anos, mostrando que o assunto mobiliza diferentes gerações de moradores e moradoras.

Construção coletiva – ouvindo a comunidade

“É importante estar ouvindo as pessoas da comunidade para conseguir colocar em prática o que a gente quer de melhoria. Esse documento vai servir como fortalecimento do nosso modo de vida, falando do turismo, da escola. Tendo esse plano, a gente vai saber melhor das nossas demandas”, apontou Guaciane da Silva Gomes, professora na Terra Indígena e uma das participantes do evento.

Esta foi a segunda de uma série de oficinas para discutir a respeito do PGTA – um documento feito a partir de uma construção coletiva, que visa reunir os trabalhos e atividades que as aldeias têm feito para gerir e preservar seu território, para que possam planejar melhorias futuras. Na primeira atividade, participaram lideranças de outras duas aldeias da TI. O objetivo do ciclo de formação é motivar os indígenas a se engajarem na elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental de seu território.

“Vai estar tudo registrado, o que a gente quer”

Catarina Delfino, liderança espiritual da aldeia Tapirema, enfatiza o ineditismo da abordagem trazida pelo PGTA. “As informações que vocês trouxeram são muito importantes, ninguém tinha trazido isso ainda. Vai estar tudo no papel, registrado, uma voz só de toda a comunidade para mostrar para os não indígenas o que a gente quer. E vai servir também para os nossos jovens que precisam aprender mais sobre a nossa terra.”

Para Awa Tenondegua dos Santos, cacique da Aldeia Tapirema, “todos os territórios que foram demarcados deveriam ter esse documento, para não se perder naquilo que os outros [os não indígenas] querem, e para ter nossos próprios projetos. Não vão ser eles dizendo o que a gente precisa, mas a gente é quem que vai dizer”, apontou.

Segunda oficina PGTA
Foto: Divulgação/CPI-SP

Saiba mais sobre a TI Piaçaguera e o PGTA

O Plano de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas é um dos instrumentos da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), instituída no Brasil por meio do Decreto nº 7.747 no ano de 2012. Essa política pública foi criada após um longo histórico de luta dos povos originários e organizações que atuam em apoio a eles.

A Terra Indígena Piaçaguera está localizada no litoral sul de São Paulo, entre os municípios de Peruíbe e Itanhaém, e conta com uma população de cerca de 360 pessoas moradoras de 12 aldeias distribuídas pelo território demarcado.

O ciclo de formação é realizado pela CPI-SP com o apoio da Embaixada da Noruega e DKA Áustria.

Acesse aqui a publicação que faz parte da agenda de formação:

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