Fonte: De olho nos Ruralistas

Segunda capital com melhor saneamento básico no ranking de 2020 do Instituto Trata Brasil, São Paulo não garante água na torneira de milhares de indígenas no extremo sul e norte da capital. Em meio à pandemia da Covid-19, os Guarani das Terras Indígenas (TIs) Tenondé Porã e Jaraguá dependem de métodos alternativos para lavar as mãos. Moradores afirmam que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), órgão do Ministério da Saúde, não realiza a devida manutenção dos reservatórios e poços artesianos das aldeias, colocando as famílias em risco.

O município de São Paulo registra 107.731 casos e 6.404 mortes por Covid-19. Entre a população indígena, há pelo menos 366 infectados e três vítimas fatais. Mas os números oficiais costumam esconder exatamente os povos que vivem em áreas urbanas. Cerca de 12 mil indígenas de mais de trinta povos vivem em São Paulo e região metropolitana.

Ironicamente, um dos povos que enfrentam problema de abastecimento de água viram-se às voltas com o fogo, neste domingo (21). As chamas ameaçaram as aldeias e uma ocupação da TI Jaraguá, na zona oeste de São Paulo. Diante de um recuo de policiais e dos bombeiros, os próprios indígenas tiveram de combater o incêndio.