Fonte: Ponte
“Na manhã desta quarta-feira (27/5), indígenas Guarani Mbya perceberam que havia uma movimentação no terreno ao lado da aldeia, onde a Construtora Tenda S.A. pretende construir um empreendimento imobiliário no Jaraguá, zona norte da cidade de São Paulo. (…) Segundo a advogada Gabriela Pires, que representa os povos Guarani, a Tenda descumpriu três decisões judiciais com essa ação: uma municipal e duas federais.
A primeira decisão federal, expedida em fevereiro de 2020, suspendia o manejo arbóreo, necessário para dar início à construção de mais de 800 apartamentos residenciais na área que fica a apenas 100 metros de uma das aldeias Guarani. (…) Em 7 de abril, a 14ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo expediu outra determinação, dessa vez proibindo qualquer atividade de manejo ambiental ou obra relativa no terreno, por tempo indeterminado.
Mateus Wera, liderança Guarani, relatou à Ponte que os indígenas acordaram com a informação de que, durante a madrugada, a Tenda entrou no terreno com o maquinário.
Outra preocupação dos Guarani Mbya era uma possível contaminação dos indígenas não infectados pela Covid-19, já que os trabalhadores da Tenda estavam sem máscaras ou equipamentos de proteção. “Tivemos que sair da nossa comunidade para registrar essa ação. Atualmente, temos 56 casos de coronavírus confirmados, então ficamos preocupados de irmos no terreno que já estava proibido de ter alguma atividade”, relatou a liderança.”