Fonte: Catarinas
Na Aldeia Multiétnica “Filhos dessa Terra” em Guarulhos, São Paulo, vivem 22 famílias, aproximadamente 70 pessoas das etnias Kaimbé, Pankarare, Pankararu, Tupi e Wassu Cocal. Muitos moradores da ocupação são estudantes que migraram de outras regiões do país como Vanuza Kaimbé, que veio da Bahia, indígena estudante do curso de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica (PUC), e seu filho que cursa Design. Ela foi uma das cinco pessoas diagnosticadas com a Covid-19 logo depois de reivindicar alimentação, internet e computadores para a universidade, como uma forma de apoio para a continuidade dos estudos.
“Não foi tão fácil para a PUC fornecer o computadores pra gente ter aula, continuar graduação à distância, para fornecer internet. Foi feito uma mobilização e começou por mim. Eu que comecei acionar a coordenação do curso de Serviço Social, foi uma mobilização do Serviço Social. Eu que disse que não tinha condições de estar arcando com um pacote de internet, eu não tinha computador e eu precisava terminar minha graduação. Eu fiz a mobilização e fui falando com o curso dos outros estudantes, para os bolsistas. E atenderam todos os bolsistas que são 100%. Foi fornecido computador e internet, e depois nós fizemos uma outra mobilização para fornecer pra gente também cesta básica. A gente fazia pelo menos uma refeição na universidade, em casa nós não estávamos tendo essa alimentação. Isso aumentou as nossas despesas, já que a gente já não tem muito. Perdemos os estágios também, eu estava fazendo estágio e recebia o valor de bolsa de R$ 900. Foi suspenso essas bolsas. Então a gente ficou numa situação de vulnerabilidade maior do que nós já estávamos. Aí a Reitoria entendeu e nos atendeu, todas essas reivindicações” relata Vanuza.
A Comissão Pró-Índio de São Paulo indicava, em 7 de julho, ao menos 375 casos positivos em Terras Indígenas em São Paulo. O monitoramento da APIB informava sete mortes – entre os Guarani Mbya e os Kaimbé – no estado em 08 de julho.