Fonte: Diário do Litoral
Ação realizada pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com Secretaria Estadual de Saúde, Instituto Butantã e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) identificou mais uma aldeia onde o novo coronavírus fez uma vítima. Trata-se de um índio da Aldeia Boa Vista, em Ubatuba, no Litoral Norte paulista, diagnosticado com a Covid-19. Ele está assintomático.
No mês passado, outros sete testaram positivo para a doença. A aldeia conta com 52 famílias, em torno de 200 pessoas. A equipe também esteve na comunidade do Rio Bonito, na Casanga e agora passam pela Renascer, no Corcovado. Até o momento foram realizados 230 testes rápidos e coletados três testes PCR. O objetivo da ação é saber como anda a saúde dos índios.
A Prefeitura de Ubatuba informa que trabalha para adquirir mais testes para poder atender outros grupos de comunidades tradicionais, como a população quilombola – são duas no município (Camburi, no norte, e Caçandoca, no sul), mas ainda não há previsão de data de chegada de novos testes.
São Sebastião
Em julho, o grupo esteve na Aldeia Guarani do Rio Silveira, em Boraceia, na divisa entre os municípios de São Sebastião e Bertioga, e dos 372 testes rápidos sorológicos do tipo lgM/lgG, sete foram positivados. Foram coletadas 21 amostras para investigação médica de PCR. De acordo com a chefe do Serviço de Promoção dos Direitos Sociais e Cidadania (Sedisc) da unidade da Funai, Karina Ono, a ação prevê a testagem massiva com aplicação dos testes rápidos. Estes testes apontam, em cerca de 20 minutos, se há presença de vírus ativo (IgM) e se houve contato anterior com o vírus (IgG). Caso haja resultado positivo para o IgM, é realizada imediatamente a coleta para um segundo exame, o RT-PCR.
A análise do material coletado é feita em laboratório em São Paulo, e encaminhado via Vigilância Epidemiológica do município. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que também compõe a ação, é responsável por articular com as unidades básicas de saúde do município para acompanharem a ação e fazerem os encaminhamentos dos eventuais exames RT-PCR.
Atualmente, a aldeia conta com 430 índios cadastrados na Funai, sendo 90 famílias distribuídas em 120 ocas. Importante lembrar que, neste momento, as visitas à aldeia estão proibidas para evitar o contato de risco de contaminação da população indígena. “Todas as aldeias do Estado poderão ser beneficiadas, desde que concordem com a realização da testagem”, explica Karina Ono.
Para ela, o isolamento é a etapa mais desafiadora da ação devido à ausência ou dificuldade de adaptação em estruturas prévias nas aldeias e a manutenção de um eventual espaço, com fornecimento de alimentação, camas/leitos, adaptação de banheiros com chuveiros, cozinha, cuidados médicos e transporte à rede estadual em casos graves. “É fundamental uma atuação conjunta entre Sesai, Funai, Secretarias de Estado e Municípios para garantir locais adequados de isolamento nas aldeias”, relata.