A atividade aconteceu na aldeia de Tenondé Porã, em São Paulo, e contou com a participação de mulheres de diferentes idades

 
A Comissão Pró-Índio de São Paulo promoveu no último dia 22 de fevereiro a oficina Mulheres Guarani: refletindo sobre práticas alimentares na Terra Indígena Tenondé Porã, em Parelheiros, São Paulo. O principal objetivo dessa primeira atividade foi a promoção de reflexões sobre as práticas alimentares dos Guarani.  A ideia é realizar outras oficinas sobre o tema em Tenondé e em outras aldeias no estado de São Paulo.
 
Ao todo participaram 16 mulheres de diferentes idades que cozinharam pratos tradicionais – à base de milho, mandioca, farinha de trigo e fubá. Enquanto preparavam os alimentos, as mulheres debatiam diversos temas que estão relacionados com alimentação.
 
O tema das práticas alimentares possibilita inúmeras discussões, como garantia de acesso ao território tradicional, gestão territorial e acesso ao alimento. “É possível trabalhar também temas como a cosmologia, que engloba crenças, tradições e costumes de um povo, as transformações dos hábitos alimentares”, explica a antropóloga Vanessa Caldeira, que conduziu a oficina. 
 
Durante a atividade, questões relacionadas com a saúde foram bastante citadas pelas mulheres, que explicaram para as jovens as regras de como comer para poder ter saúde física e espiritual. Além disso, a qualidade dos alimentos está entre as principais preocupações das mulheres. 
 
A ideia da atividade surgiu para retomar o trabalho desenvolvido pela Comissão Pró-Índio de São Paulo de 2004 a 2006 com mulheres Guarani em todo o estado. Entre os principais problemas relatados durante as atividades, a garantia aos alimentos aparece com um desafio para os Guarani. Confira a publicação que é resultado destas atividades.