Cerca de quinze escolas receberam farinha de mandioca, farinha de tapioca, banana e macaxeira, tudo produzido pelas mulheres da Cooperativa do Quilombo em Oriximiná, Pará

Quilombolas após receberem a Declaração de Aptidão do Pronaf , um dos primeiros resultados do projeto (Arquivo CPI-SP)

 

Mulheres quilombolas fizeram a primeira entrega de produtos produzidos por elas para as escolas da região de Oriximiná, no último dia 3 de maio. “A gente está feliz demais, todo mundo muito contente com esse projeto se concretizando”, comemora Nilza Nira Melo de Souza, liderança quilombola que coordena a iniciativa. Segundo Nilza, 15 escolas receberam os produtos.

A venda dos produtos é resultado do projeto “Mulheres Quilombolas – da Roça para a Merenda” executado pela Cooperativa do Quilombo CEQMO e Comissão Pró-Índio de São Paulo, com assistência técnica da Emater e apoio financeiro de Christian Aid e Fastenopfer.

As mulheres produziram e entregaram farinha de mandioca, farinha de tapioca, banana e macaxeira. Além de os produtos gerarem renda para as mulheres e suas famílias, Nilza destaca a importância do trabalho para a autonomia das quilombolas. “Muitas mulheres nunca tiveram o próprio dinheiro e agora com esse projeto terão e a gente quer que dê muito certo para mais e mais mulheres entrarem”, relata.

Outro objetivo importante é melhorar a qualidade da alimentação servida nas escolas. Os alimentos oferecidos são muito diferentes do que os estudantes costumam consumir em casa, segundo Fernanda Magno da Silva, do Quilombo Jauari, que também participa do projeto. “A criança está acostumada com chá de capim santo de manhã e beiju”, detalha. Para ela o projeto é importante “para as crianças conhecerem e comerem do fruto que a gente planta.”