Pela primeira vez, a população quilombola será identificada oficialmente no Brasil. Recenseamento nas comunidades já começou.
A Rádio da Pró-Índio está de volta! No 15º episódio, falamos sobre o Censo Demográfico 2022, que, pela primeira vez, vai reconhecer a população quilombola do Brasil.
Isso significa que, de forma inédita, saberemos exatamente qual o tamanho dessa população do país. Além de outras características como: idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios.
A inclusão da população quilombola no Censo é resultado da luta da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), conforme explica Antônio Crioulo, coordenador executivo da organização entrevistado no programa. “Desde 2008 que a CONAQ vem fazendo intervenção junto ao IBGE para incluir os quilombolas como alvo a ser recenseado”, ele conta.
A conquista, afirma Crioulo, dará mais visibilidade às e aos quilombolas e fortalecerá futuras demandas por direitos. “Nós, do movimento quilombola, vamos utilizar esse número para lutar por política pública, lutar pelo nosso direito de estar no nosso território, lutar pelo direito ao alimento, lutar pelo direito à saúde, pela educação e por todos os direitos que até o momento vem sendo negados a essa população”, diz.
Como funciona o recenseamento nas comunidades quilombolas
Para preparar o censo, o IBGE fez um mapeamento prévio de onde estão os territórios quilombolas. Foram identificadas 5.972 localidades e 2.308 agrupamentos quilombolas – todos eles serão visitados pelos recenseadores, que já foram treinados para esse levantamento específico.
“A gente vai entender como essa população está organizada no território nacional, como elas se distribuem nas unidades da federação e, portanto, como estruturar políticas públicas específicas para atender suas necessidades”, aponta Fernando Damasco, gerente de territórios tradicionais do IBGE, que também conversou conosco.
Mas quem estiver fora do seu território também será entrevistada/o e poderá se identificar como quilombola, explica Fernando Damasco. “Se a pessoa não reside de forma permanente na cidade, ela está lá só para estudar ou só para trabalhar, ela deve ser recenseada na comunidade de origem. E se a moradia for permanente, ela vai se identificar para o recenseador, que vai cadastrar a presença quilombola naquele domicílio.”
A identificação acontecerá por meio de duas perguntas: “Você se considera quilombola?” e “Qual o nome da sua comunidade?”
A coleta de dados nos territórios quilombolas começou no dia 17 de agosto, e vai até o final de outubro.
Ouça abaixo o episódio completo e saiba mais sobre o Censo Quilombola! Aproveite e nos siga no YouTube e no Spotify.
Ficha Técnica
idealização e coordenação COMISSÃO PRÓ-ÍNDIO DE SÃO PAULO
realização KANA FILMES
roteiro e direção GUSTAVO McNAIR
produção FILIPE MACHADO
apresentação ADELAIDE LEÃO e ALENCAR CASTRO
edição e finalização MANDRIL AUDIO
finalização de vídeo KANA FILMES
arte gráfica IRMÃS DE CRIAÇÃO
Produzido com o apoio financeiro da Embaixada da Noruega