Lideranças quilombolas e ribeirinhas e a Comissão Pró-Índio de São Paulo realizaram reuniões com a Mineração Rio do Norte, o Prefeito de Oriximiná e o presidente da Câmara de Vereadores em Oriximiná. Participaram também de evento público na Ufopa, em Santarém, para apresentar o livro.
Para marcar o lançamento do livro “Antes a água era cristalina, pura e sadia. Percepções quilombolas e ribeirinhas dos impactos e riscos da mineração em Oriximiná, Pará”, lideranças do Quilombo Boa Vista, das comunidades ribeirinhas Saracá e Boa Nova e a Comissão Pró-Índio de São Paulo cumpriram uma agenda de reuniões na cidade de Oriximiná no último dia 3/12. Além de apresentar o resultado do estudo, os encontros tiveram por objetivo também propor uma agenda de diálogo e cooperação para apurar as denúncias e buscar soluções para os problemas apontados pelos comunitários.
Pactuado compromisso com agenda de diálogo
A primeira reunião contou com a presença do Diretor de Sustentabilidade da Mineração Rio do Norte, o Secretário Municipal de Meio Ambiente e Mineração e o Coordenador da Defesa Civil do município de Oriximiná. Como resultado foi acordada a execução de uma agenda de trabalho conjunta a partir de fevereiro de 2019 com foco nos dois temas abordados no livro: impactos nas águas e segurança das barragens de rejeitos. Foi pactuado também que serão convidados para se somar a essa agenda de diálogo o Ibama, o ICMBio e a Agência Nacional de Mineração.
“Consideramos que o encontro foi bastante positivo e cumpriu seu objetivo de iniciar um diálogo mais sistemático entre comunidades, empresa e governo local sobre os problemas apontados em nosso estudo” avalia Lúcia M. M. de Andrade, coordenadora da Comissão Pró-Índio de São Paulo. “A agenda conjunta permitirá esclarecer a controvérsia entre as percepções comunitárias e o monitoramento hídrico da empresa que indica que a qualidade da água é própria para o consumo humano e está dentro dos parâmetros legais” explica Lúcia Andrade, “A reunião possibilitou um acordo no sentido de somar esforços para aprofundar o diagnóstico, identificar os responsáveis e buscar as soluções”, concluiu a coordenadora.
Amarildo Santos do Quilombo Boa Vista também avalia positivamente o encontro “muito tempo eles não deram atenção para as nossas denúncias, mas nessa viagem foi diferente” e destaca a importância da publicação para favorecer o diálogo “esse livro foi uma explosão para gente, deu uma força total. A gente não tinha fatos e dados em mãos, um documento em papel com as denúncias. Agora a gente tem. O Brasil todo pode saber o que acontece aqui”.
A agenda de lançamento do livro incluiu ainda uma reunião com o Presidente da Câmara de Vereadores, Antônio Tavares da Silva Junior, que afirmou que o estudo vem somar à preocupação e iniciativas dos vereadores relativas às barragens de rejeito da Mineração Rio do Norte. A última atividade foi a entrega do livro ao Prefeito de Oriximiná, Antônio Odinélio Tavares da Silva – Ludugero.
Entrega do livro ao Prefeito de Oriximiná. Foto: Arquivo CPI-SP
Mesa-redonda na Ufopa em Santarém
Com a presença de cerca de 100 pessoas, foi realizada a mesa-redonda na Ufopa para apresentar e debater o conteúdo do livro com público de alunos, professores e integrantes de ONGs. Estiveram presentes também as promotoras Ione Missae da Silva Nakamura e Lílian Regina Furtado Braga e a Chefe do Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Trombetas Deborah Castro. O evento foi uma parceria com o projeto de extensão “Espaços Transversais: Perspectivas em Meio Ambiente”, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas da Ufopa.
Repercussão na imprensa
Lideranças quilombolas e ribeirinhas discutem na Ufopa impactos da mineração em Oriximiná | TV Tapajós/G1 Santarém e região
Livro mostra impactos causados pela mineração em Oriximiná | TV Atalaia-Oriximiná