A CPY – Comissão Guarani YvyRupa divulgou hoje (06/05) nota pública informado sobre acordo com a Polícia Militar para que estes aguardem até o dia 25 de maio para o início de quaisquer preparativos para reintegração de posse das áreas onde se encontra a aldeia Itakupé, na terra indígena do Jaraguá, zona norte de São Paulo.

No dia 20 de março deste ano, foi determinado pelo TRF3 o cumprimento imediato da reintegração de posse contra os indígenas. A Funai/AGU apresentou recurso ao STF solicitando a suspensão da reintegração, que atualmente se encontra pendente.

Mostre seu apoio aos indígenas do Jaraguá e assine a petição pedindo ao presidente do STF, o ministro Ricardo Lewandowski, a suspenção da reintegração de posse.

NOTA PÚBLICA DOS GUARANI SOBRE REUNIÃO NO BATALHÃO DA PM A RESPEITO DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE NA TERRA INDÍGENA JARAGUÁ, ALDEIA ITAKUPÉ
Aos apoiadores e interessados na nossa luta, queremos informar que ocorreu ontem, no dia 5 de maio de 2015, nova reunião das lideranças do nosso povo guarani com a Polícia Militar, o oficial de justiça, a Funai e o Sr. Tito Costa, para tratar da reintegração de posse movida contra nós por esse senhor.

Reafirmamos nossa certeza de que nossa luta é justa, e que seguimos na disposição a permanecer em nossas terras, que são de ocupação tradicional do povo guarani. Foi acordado entre todos, que a PM vai aguardar até o dia 25 do presente mês para iniciar quaisquer preparativos para reintegração de posse, considerando o recurso pendente no STF.

Na noite anterior à reunião, celebramos nossos cantos para inaugurar a nova casa de rezas (Opy) que construímos para fortalecer espiritualmente a nossa luta, que vem de Nhanderu, o verdadeiro dono dessas terras, criadas para que pudéssemos perpetuar o nosso nhande reko (modo de vida guarani) e proteger os espíritos-donos que regem cada elemento da natureza.

Toda nossa concentração espiritual está nesse momento voltada para fazer tocar o coração do Presidente do STF, que nos próximos dias deve julgar o recurso para suspender essa reintegração que visa acabar com nosso povo.

Até essa decisão, vamos ficar recolhidos, sem mais manifestações ou respostas àqueles que nos acusam ou querem questionar nosso direito originário pelas terras que todos sabem que são nossas e pedimos respeito ao nosso silêncio.

Se por acaso, a Justiça de Nhanderu não quiser iluminar a justiça dos jurua, sabemos que não seremos os únicos a sairmos perdendo.

O dia em que os rios terminarem de secar e a terra se cansar, os brancos tentarão beber e comer dinheiro.

(Foto: Adriana Carvalho)