A Comissão Pró-Índio de São Paulo promoverá no dia 4 de dezembro, em São Paulo, o seminário Alimentação escolar indígena: desafios para incorporar práticas e saberes indígenas. A atividade conta com apoio de Christian Aid e DKA-Áustria.
O seminário tem por objetivo contribuir para o avanço na definição de parâmetros próprios para a alimentação escolar indígena por meio da promoção de um espaço de diálogo entre os índios, os atores governamentais, e instituições não governamentais.
O seminário será aberto ao público, mas as vagas serão limitadas. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas gratuitamente aqui.
Mulheres e Merenda
A necessidade de se adequar à alimentação escolar foi colocada para a Comissão Pró-Índio pelas mulheres Guarani nas vivências de cozinhar promovidas na aldeia Tenondé Porã. Enquanto preparavam os alimentos, mulheres de diferentes gerações refletiam sobre as práticas alimentares Guarani e as dificuldades para assegurar a soberania alimentar nos dias atuais.
A merenda foi apontada como fator importante de inserção de novos hábitos alimentares – alguns pouco saudáveis – e modificação do paladar de jovens e crianças. “A necessidade de aprimorar a qualidade dos alimentos oferecidos nas escolas indígenas e valorizar as formas antigas de preparo dos alimentos são temas a serem discutidos com o poder público”, afirma Carolina Bellinger, assessora de coordenação da entidade.
O seminário de 4/12 será o segundo evento promovido pela Comissão Pró-Índio para tratar do assunto. O primeiro, a Roda de Conversa- Alimentação nas Escolas Indígenas, foi promovido em agosto de 2014 e contou com a presença de mais de 30 pessoas, dentre elas educadores e lideranças indígenas de diferentes aldeias do estado de São Paulo, representantes do Poder Público e de organizações não governamentais.
Jovens fazem a colheita do amendoim (Foto: Isabella Bellinger)
Agricultura Familiar e Alimentação Escolar
Um caminho para melhorar a alimentação escolar é a incorporação de produtos da agricultura familiar como indica Adriano Karaí Poty, coordenador educacional do Centro de Educação e Cultura Indígena – Tenondé Porã. Ele avalia como positiva a adoção de alimentos provenientes da agricultura familiar nos cardápios do CECI: “é importante adotar os alimentos provenientes da agricultura familiar, principalmente os locais, pois esses alimentos são de melhor qualidade.”.
A lei nº 11.947 de 2.009 determina que, no mínimo, 30% dos recursos repassados aos Estados e Municípios pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) devem ser utilizados para aquisição de produtos da agricultura familiar. No entanto, nem todas as escolas têm recebido esses alimentos.
SEMINÁRIO: ALIMENTAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA – DESAFIOS PARA INCORPORAR PRÁTICAS E SABERES INDÍGENAS
Data: 4 de dezembro de 2014
Local: Centro Cultural Rio Verde – R. Belmiro Braga, 119 – Pinheiros, São Paulo – SP
Promoção: Comissão Pró-Índio de São Paulo
Apoio Financeiro: Christian Aid e DKA Áustria
9:00 – Abertura e boas vindas
Lucia M. M. de Andrade, Coordenadora Executiva da Comissão Pró-Índio de São Paulo
9:30 horas – Mesa: Alimentação para além dos aspectos nutricionais: dimensões simbólicas e políticas
Mártin César Tempass, professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas
Pedro Luiz Macena, educador do Centro de Educação e Cultura Indígena da aldeia Tekoa Pyau
Sheyla Saori, SempreViva Organização Feminista
Sebastião Aranha, MST/Cooperativa dos Assentados e Pequenos Produtores – Coapri
Coordenação: Carolina Bellinger, Assessora de Coordenação da Comissão Pró-Índio de São Paulo
14:00 horas – Mesa: Alimentação escolar indígena: desafios para assegurar a diversidade de saberes e sabores
João Lira da Silva, Aldeia Itapuã, vice-diretor.
Representante da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Representante da Fundação Nacional do Índio
Erika Fischer – Diretora do Departamento de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação do Município de São Paulo
Sineide Santos – Representante do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – MEC
Antônio Ricardo Domingos da Costa
[Dourado Tapeba] – Vice-coordenador regional da APOINME e membro do CONSEA.
Coordenação: Lucia M. M. de Andrade, Coordenadora Executiva da Comissão Pró-Índio de São Paulo
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