Fonte: Vermelho

Nos dias 23 a 25 de setembro, o evento promovido pela Comissão Pró-Índio de São Paulo reunirá quilombolas dos municípios paraenses de Santarém, Óbidos, Monte Alegre e Oriximiná para trocar experiências e discutir ações articuladas que possam favorecer o seu acesso aos mercados institucionais do PAA e Pnae.

 

Integrantes de comunidades quilombolas vão debater os desafios de comercializar seus produtos

 

O seminário, que acontecerá em Alter do Chão (Pará) com o apoio de ICCO e Christian Aid, integra as ações desenvolvidas pela Comissão Pró-Índio com o objetivo de apoiar índios e quilombolas na promoção do desenvolvimento sustentado de suas comunidades.
No segundo dia do seminário, 24 de setembro, está previsto um momento de diálogo dos quilombolas com gestores e técnicos de diferentes órgãos do governo, como Conab, FNDE, Incra e Emater.
Representantes das Prefeituras de Santarém, Óbidos, Oriximiná e Monte Alegre também foram convidados.

O acesso dos quilombolas ao PAA ainda é limitado
Dados da Conab indicam que, em 2012, do total de 128.804 agricultores familiares que acessaram o PAA, somente 1.652 foram de quilombolas. Ainda segundo a mesma fonte, naquele ano, a aquisição de produtos dos quilombolas representou 1,26 % do total investido no PAA em todo o Brasil.
No Estado do Pará apenas oito municípios aderiram ao PAA, entre eles Santarém.
No ano passado, os quilombolas de Santarém puderam, pela primeira vez, comercializar a sua produção no programa. Essa é uma das experiências que será compartilhada no seminário.
Venda para o Pnae – o desafio inicia com o cardápio
A comercialização por meio do Pnae também tem sido difícil e o desafio começa com o próprio cardápio da alimentação escolar que, muitas vezes, não contempla ou não prioriza os produtos da agricultura familiar local.
Os quilombolas de Oriximiná e de Óbidos trarão as suas experiências de diálogo com o Poder Público para adequar o cardápio.

Perspectivas para o beneficiamento da produção
Os mercados institucionais podem também favorecer as iniciativas de beneficiamento da produção quilombola.
É essa a expectativa que a Cooperativa do Quilombo de Oriximiná – que, em parceria com a Comissão Pró-Índio desenvolve o projeto de implantação de usina de beneficiamento da castanha-do-pará – trará para o debate.