Lideranças da Conaq e Malungu falam sobre a importância da titulação de terras quilombolas, política que se encontra estagnada no governo de Jair Bolsonaro. Apesar do cenário difícil, movimento negro e quilombola segue crescendo.
O episódio 9 da Rádio da Pró-Índio homenageia o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, e a resistência do povo negro quilombola.
Para falar sobre os desafios para a titulação das Terras Quilombolas, conversamos com Biko Rodrigues, liderança da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e José Carlos Galiza, assessor da Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (MALUNGU) que denunciam a estagnação da política de regularização das terras quilombolas pelo governo Bolsonaro
“A não execução desta política coloca a comunidade numa situação de vulnerabilidade alimentar, numa situação de vulnerabilidade jurídica sobre a sua terra, política, e numa vulnerabilidade de criminalização, inclusive chegando até à morte de alguns companheiros e companheiras”, afirma Biko Rodrigues, sobre o cenário de inseguranças trazido pela não implementação da política de regularização fundiária de territórios quilombolas.
Para Galiza, da Malungu, mesmo num momento difícil como o atual, o movimento quilombola tem crescido e se mostrado forte. E a estratégia deve ser seguir com a organização coletiva para efetivar o direito à terra: “No momento não nos resta outra coisa, no hoje, é essa questão de chegar nos quilombos, de fazer a conversa, de nos fortalecer, de montar nossas estratégias. (…) Apesar de todos esses desafios, é um momento em que a gente está mais unido, o movimento cresceu muito. O movimento quilombola se tornou o maior movimento negro da América Latina”, diz.