“Achamos que os ideais de preservar a população indígena dentro de seu habitat são belas ideias, porém irreais”, a frase do então Ministro do Interior, Rangel Reis proferida em março de 1974 ilustra bem a posição do governo militar sobre o destino dos povos indígenas.

2014 marca os 50 anos do golpe militar. A ditadura também atingiu os povos indígenas considerados um empecilho ao “desenvolvimento”.

O primeiro livro publicado pela Comissão Pró-Índio em 1979 denunciava mais um atentado da ditadura militar contra os povos indígenas: a intenção de decretar a falsa emancipação e assim eximir-se de suas responsabilidades especialmente do seu dever de demarcar as terras indígenas.

 Cadernos da Comissão Pró-Índio

Confira o livro que trás artigos de Eduardo Viveiros de Castro, Lux Vidal, Dalmo Dallari, Dom Tomás Balduíno, Roberto Cardoso de Oliveira, Orlando Villas Boas, entre outros:

“A questão do índio e, particularmente, a da sua emancipação, segundo os critérios e preceitos definidos pelo regime militar, mostra um aspecto da ditadura ao qual temos dado pouca atenção. É que a ordem repressiva pressupõe que os indivíduos que ela subjuga se definam ou se redefinam de conformidade com uma identidade social básica, que deve espelhar o modo de ser e de pensa da classe dominante, da classe que tem o controle do Estado e do seu aparato de repressão. É subversivo aquele que é diferente, vive diferente, pensa diferente“, José de Souza Martins no “Cadernos da Comissão Pró-Índio nº 01”.