Evento na USP será oportunidade para conversar com as lideranças que estão à frente da campanha e marcará o lançamento do livro “Entre águas bravas e mansas – Índios & quilombolas em Oriximiná”

No próximo dia 8 de outubro, a Comissão Pró-Índio de São Paulo e o Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação Indígena promovem o evento “Conversa com Índios e Quilombolas de Oriximiná (Pará) – Juntos em defesa de suas terras e florestas” na Universidade de São Paulo.

O objetivo é dar visibilidade a campanha dos índios e quilombolas de Oriximiná, Pará, em defesa de suas terras e florestas, ameaçadas pela demora na regularização fundiária, pelo avanço da expansão minerária e a retomada dos estudos para construção das hidrelétricas no Rio Trombetas.

O evento marca também o lançamento do livro “Entre águas bravas e mansas. Índios & quilombolas em Oriximiná”, produzido pela Comissão Pró-Índio e Iepé, como mais um instrumento para apoiar a campanha.  A coletânea reúne artigos de 18 autores e tem por objetivo tornar mais conhecida a realidade desses povos.

Índios e quilombolas dessa região da Amazônia paraense conhecem-se há 200 anos, desde quando escravos fugiram das fazendas, alcançando os territórios indígenas e ali fundando seus quilombolas. Retomando essa antiga aliança, índios e quilombolas de Oriximiná se reúnem hoje em torno de uma causa comum: a defesa de seus direitos constitucionais.

Na região de Oriximiná vivem os  povos indígenas que conhecidos como Waiwai, Katxuyana, Hixkariyana, Inkarïnyana, Kahyana, Tunayana, Txikiyana, Kamarayana, Karafawyana, Mawayana, Okomoyana, Pirixiyana, Txarumayana, Xerewyana, Xowyana, Katwuena, Farukoto, Zo’é e índios ainda isolados. Contam com uma população em torno de 4.300 pessoas distribuídas em 47 aldeias, situadas em 4 terras indígenas: Nhamundá-Mapuera, Trombetas-Mapuera, Zo’é (demarcadas) e Katxuyana-Tunayana (em processo de regularização fundiária).

Já os quilombolas somam cerca de 8 mil pessoas e estão organizados em 36 comunidades ocupando 8 territórios coletivos, dos quais 4 encontram-se titulado e 1 parcialmente titulado.

Os processos de regularização da TI Katxuyana-Tunayana e das Terras Quilombolas Alto Trombetas, Alto Trombetas 2, Ariramba e Cachoeira Porteira em Oriximiná foram abertos há mais de 10 anos, mas permanecem sem conclusão. A campanha reivindica:

  • Conclusão dos processos de regularização da Terra Indígena Katxuyana-Tunayana pela Funai e das Terras Quilombolas Alto Trombetas, Alto Trombetas 2, Ariramba e Cachoeira Porteira pelo Incra e Iterpa.
  • Imediata publicação dos relatórios de identificação da Terra Indígena Katxuyana-Tunayana e da Terra Quilombola Alto Trombetas que estão prontos e tecnicamente aprovados no aguardo da publicação, respectivamente, pela Funai e pelo Incra desde 2013.
  • Reconhecimento do acordo firmado entre os índios da TI Katxuyana-Tunayana e os quilombolas da TQ Cachoeira Porteira quanto aos limites de seus territórios.

Evento: “Conversa com índios e quilombolas de Oriximiná (Pará): juntos em defesa de suas terras e florestas”
Data: 8 de outubro, quinta-feira, das 17h as 19 horas.
Local: Universidade de São Paulo, sala 24 da Prédio da Ciências Sociais – FFLCH
Promoção: Comissão Pró-Índio de São Paulo e Iepé-Instituto de Pesquisa e Formação Indígena
Apoiadores: Christian Aid, Embaixada da Noruega, Moore Foundation, ICCO e Rainforest Foundation Noruega.
Contato para imprensa: Bianca Pyl – imprensa@cpisp.org.br

Sobre os organizadores
Comissão Pró-Índio é uma organização não governamental fundada em 1978 que atua junto com índios e quilombolas para garantir seus direitos territoriais, culturais e políticos, procurando contribuir com o fortalecimento da democracia, o reconhecimento dos direitos das minorias étnicas e o combate à discriminação racial. A parceria da CPI-SP com os quilombolas de Oriximiná iniciou-se em 1989 e se concretiza por meio da assessoria às organizações quilombolas, da promoção de atividades de capacitação, do desenvolvimento de ações conjuntas de incidência e da busca de alternativas de manejo sustentado dos territórios quilombolas.

Acesse: www.cpisp.org.br

Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação Indígena é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2002, com o objetivo de contribuir para o fortalecimento cultural e político e para o desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas que vivem no Amapá e norte do Pará, proporcionando-lhes assessoria especializada e capacitação técnica diversificada, para que se organizem e possam enfrentar, de forma articulada, os desafios crescentes que se colocam hoje às suas comunidades e organizações, para a defesa de seus direitos e interesses.

Acesse: www.institutoiepe.org.br