As mulheres Tupi-Guarani da Aldeia Piaçaguera, no litoral sul de São Paulo, receberam, no último final de semana (27 e 28/02), mulheres M’bya da Aldeia Tenondé Porã para uma vivência de cozinhar pratos tradicionais – uma troca de saberes e sabores sobre práticas alimentares e a soberania alimentar.

Foto: Carlos Penteado

O evento promovido em parceria com a Comissão Pró-Índio de São Paulo reuniu 23 mulheres de diferentes idades. No centro cultural da aldeia, as mulheres debulharam milho, cozinharam na fogueira e recordaram de pratos que eram feitos pelos antigos – à base de milho, mandioca, farinha de trigo e fubá. Também dançaram e cantaram.

“Fiquei muito emocionada. Quando eu era pequena a gente fazia tudo assado no fogão à lenha.”, Lenira, Tupi-Guarani de Piaçaguera.

“Muito bonito ver tanta mulher reunida!”, Luiza Vidal, de Tenondé Porã.

“Essas trocas são muito importantes para nós, principalmente para os professores, que temos que passar esses conhecimentos para as crianças e jovens”, Lilian, Tupi-Guarani de Piaçaguera.

Vivências de Cozinhar
O evento em Piaçaguera integra a agenda que a Comissão Pró-Índio de São Paulo desenvolve com mulheres indígenas no Estado de São Paulo. Por meio de vivências de cozinhar, mulheres mais velhas recordam e ensinam às mais jovens os pratos “tradicionais”. Por meio desses eventos promove-se uma reflexão sobre a situação atual de insegurança alimentar vivida nas suas aldeias e possíveis estratégias para superar tal realidade.

Terras de tamanho diminuto, população crescente e novos hábitos de consumo são fatores que acentuam a situação de inseguridade alimentar dos povos indígenas em São Paulo. Garantir essa segurança em terras indígenas que não apresentam condições adequadas para sobrevivência física e cultural é o desafio da maioria das aldeias em São Paulo no alcance de modos de vida resilientes.

Para a realização da oficina, a Pró-Índio contou com apoio financeiro da Christian Aid e DKA-Áustria.