A oficina teve como objetivo apresentar estratégias para a proteção no território digital

Foto: Carlos Penteado
Na última quinta-feira (09/10), o Coletivo de Mulheres Quilombolas e Ribeirinhas de Óbidos e Oriximiná (Pará) se reuniu virtualmente para a oficina “Território Virtual – Segurança e Cuidado Digital”, organizada pela Comissão Pró-Índio de São Paulo. O encontro teve como objetivo promover uma reflexão sobre a presença segura no território virtual.
A atividade foi facilitada por Bianca Pyl, jornalista e editora do Intercept Brasil, que compartilhou orientações práticas sobre como utilizar o celular com mais segurança, proteger dados e identificar golpes e trouxe reflexões sobre o cuidado como forma de resistência.
Para Maielza dos Santos, quilombola do município de Oriximiná (PA), a discussão é essencial diante dos riscos que o ambiente digital apresenta: “É algo que assusta a gente, no sentido de termos mais cuidado mesmo. Eu achei muito bom esse tema. Não só para nós que estamos aqui, mas para as outras mulheres da nossa comunidade, que precisam dessas informações”, afirma.
Debater cuidados e proteção digital com mulheres quilombolas é uma ação fundamental para garantir a segurança e a autonomia dessas lideranças e de suas comunidades. Em um contexto racista e de desigualdade profundas de acesso à informação, fortalecer a segurança digital é também proteger coletivos, redes e organizações que atuam na defesa de direitos. O domínio de práticas seguras no ambiente virtual contribui para ampliar vozes, evitar violências e garantir que as lutas quilombolas sigam — também no espaço digital.
Coletivo de Mulheres Quilombolas e Ribeirinhas de Óbidos e Oriximiná
Desde o final de 2020, a CPI-SP tem viabilizado encontros virtuais mensais com mulheres quilombolas e ribeirinhas de Oriximiná e de Óbidos, no Pará, para debater temas como política, racismo, machismo, luta pela terra e proteção dos territórios. Esses espaços se consolidam como ambientes de aprendizado coletivo e fortalecimento político, onde o pensamento crítico é exercitado e as estratégias comunitárias ganham forma. Em 2025, 80 mulheres participaram das atividades.