Fonte: G1 Santarém

O avanço da mineração e do garimpo, um projeto que prevê a instalação de hidrelétrica e expansão de rodovia na região são algumas das ameaças que pressionam os territórios

 

Oito organizações indígenas e quilombolas de Oriximiná, no oeste do Pará, se reuniram nos dias 1º e 2 de maio, com o objetivo de definir ações de proteção aos seus territórios. O avanço da mineração e do garimpo, o projeto Barão do Rio Branco (que prevê instalação de hidrelétrica e expansão de rodovia na região) são algumas das ameaças que pressionam os territórios.

O encontro foi promovido pela Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP) e pelo Iepé Instituto de Pesquisa e Formação Indígena. Juventino Pesirima Kaxuyana, presidente da Associação dos Povos Indígenas Kaxuyana, Kahyana e Tunayana aponta a importância dessa aliança no momento atual “nós temos que nos unir cada vez mais para não deixar o governo retroceder o que foi conquistado com muita luta”, ressalta.

Francisco Hugo de Souza, presidente da Cooperativa Mista Extrativista dos Quilombolas do Município de Oriximiná reforça essa avaliação. “Temos que nos unir e lutar pelos nossos direitos. Temos vários desafios que temos que trabalhar, projeto de estrada, de barragem, temos que fazer com que respeitem os nossos direitos”.

Aliança Indígena-Quilombola
A Aliança Indígena-Quilombola teve início em 2012, com a realização do 1º Encontro Índios & Quilombolas. Na ocasião, foram mais de 170 convidados. O evento tinha como objetivo incentivar a parceria entre índios e quilombolas frente a novos desafios como a proteção dos territórios ameaçados pelo avanço dos empreendimentos de mineração e de geração de energia.

A articulação se consolidou com a realização de atividades em Belém, Brasília, Santarém e Oriximiná entre 2013 e 2016. Quando, também foi lançada uma campanha na defesa dos direitos territoriais dos índios e quilombolas de Oriximiná em 2015 que possibilitou avanços na regularização dos territórios desses povos: a declaração pelo Ministério da Justiça da Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana, a titulação da Terra Quilombola Cachoeira Porteira em 2018, e a publicação das portarias de declaração das Terras Quilombolas Alto Trombetas 1 e Alto Trombetas 2.